Os pais gritam porque são empurrados à beira da raiva, seja por estresse, gatilhos internos ou outras circunstâncias, e sentem que não têm ferramentas mais eficazes para usar. As consequências de longo prazo encontradas nos estudos de crianças que ouvem muitos gritos incluem aumento da ansiedade, sintomas depressivos, estresse, problemas de conduta e outros distúrbios emocionais.

Nenhuma mãe ou pai deseja isso para seu filho, mas quais as estratégias parentais você pode usar no dia a dia para evitar que seus ânimos explodam com aqueles que mais você ama?

Esta jornada de ser mãe ou pai na qual você se encontra é como correr uma ultra maratona toda semana. É longa, é difícil e sempre haverá obstáculos e desafios imprevistos. Ser um pai ou uma mãe calma dá trabalho. Seus filhos te desafiam quase diariamente. Não há nada pior do que a expressão no rosto de seu filho depois de você explodir.

Muitas vezes, quando você sente que está gritando ou perdendo completamente a calma com os filhos, você culpa a raiva e eles! Mas, geralmente, o comportamento está enraizado no medo – no seu medo.

Quando você pensa que gritar é a única maneira de chamar a atenção ou fazê-los parar, é aconselhável refletir um pouco e descobrir o que exatamente você teme que não aconteça se for gentil com palavras e ações.

Depois de identificar isso, você pode se comunicar com seus filhos de uma forma mais clara sobre o que você quer (em vez de focar no que você teme que aconteça). Não estou falando em casos de extrema urgência e perigo, é claro.

Ver a raiva como algo bom (não uma emoção ruim que deveria ser escondida) permite que passemos por ela com integridade, em vez de tentar evitá-la. Uma das tarefas mais difíceis da parentalidade é manter a calma nos momentos em que a criança está gritando, chutando, esfregando os olhos sonolentos, enquanto reclama de fome, joga os alimentos no chão…

Esses momentos testam e a calma começa a te abandonar

Muitas vezes, os pais acabam dizendo: oh, pare com isso! E a criança para por um segundo, você vira as costas e fica pior… Não funcionou, pelo contrário, piorou!

Hoje sabemos que os humanos vêm “equipados” com neurônios-espelho: os neurônios-espelho são um conjunto de neurônios no cérebro que disparam não apenas quando você executa uma ação, mas também quando observam alguém realizando uma ação.

Isso também ocorre com expressões faciais e tom de voz. Quando você é confrontada por alguém que está com raiva – testa franzida, olhos apertados – os neurônios-espelho associados à raiva também se incendeiam dentro da gente. Isso acontece quando você observa alguém chorando ou rindo também. Em um sentido muito literal, os neurônios-espelho te permitem sentir o que os outros estão sentindo.

Isso também acontece quando seu filho está sobrecarregado – sua emoção é contagiante e você também acaba sobrecarregada, mas a alegria e o riso dele também te contaminam!

E o que acontece se você também descarregar no seu filho? Ele também tem neurônios-espelho, assim, começa uma escalada de emoções negativas que não termina bem, a menos que alguém assuma a calma.

Os neurônios-espelho desempenham, portanto, um papel importante na sua capacidade de conexão com seus filhos. Se você estiver sofrendo de estresse, emoções negativas ou traumas não resolvidos de suas próprias histórias, tudo isso pode se manifestar no rosto e entrar em conflito com a mensagem em suas palavras.

O cérebro capta e registra os sinais emocionais do rosto mais rápido do que pode processar o que está sendo dito, por isso, se as crianças lerem emoções em suas expressões faciais que os colocam em alerta, esse processo pode levá-los a responder a essas expressões faciais (e as emoções que eles transmitem) e não ao conteúdo de suas palavras.

Se estiver calma, no entanto, você pode ajudar seus filhos a regular suas próprias emoções.

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